segunda-feira, 1 de junho de 2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pico do Areeiro - Achada do Teixeira

Do Pico do Areeiro à Achada do Teixeira
Aos 1817 metros de altitude, no terceiro pico mais alto da ilha da Madeira, o Pico do Areeiro, junto ao miradouro da Pousada, avistamos a ocidente o vale da ribeira dos Socorridos e o da Serra de Água, seguido, mais a oeste, pelo extenso planalto do Paul da Serra. A norte vemos o Pico das Torres e a oriente o vale da ribeira da Fajã da Nogueira.
Traçada no topo dos interflúvios sobre material mais resistente surge a vereda de 7km que nos levará ao Pico Ruivo, o mais alto da ilha, com 1862 metros. Logo de início encontramos espécies adaptadas a um clima mais rigoroso e a um solo esquelético, tais como, goivos da serra, massarocos, ranúnculos, agrião da rocha, leitugas, andríalas, e a endémica urze madeirense que se desenvolve em tufos rasteiros, nas fendas das rochas.
Percorrendo o trilho, à nossa esquerda, estende-se o vale da ribeira do Cidrão, afluente da ribeira dos Socorridos, voltado a sul, e, mais soalheiro e à nossa direita, o vale da ribeira da Fajã da Nogueira, afluente da ribeira da Ametade, cavado nas umbrias declivosas a norte.
Após a passagem pelo pico do Cidrão, 1802m, a escassos metros, encontramo-nos no miradouro do Ninho da Manta, supostamente onde no passado esta ave de rapina nidificava. Aqui, a paisagem torna-se mais deslumbrante. Mesmo à nossa frente está o pico das Torres, com 1851 m, onde é possível observar a vereda que sobe, serpenteando em escadaria, a vertente bastante íngreme. Nas vertentes de vale, inúmeras escombreiras de materiais heterométricos testemunham a acção do gelo e degelo e da crioclastia, característicos dos ambientes periglaciáricos.
Pouco depois, surge o pico do Gato com os seus 1780 metros de altitude, cujo topo em forma de cogumelo soerguido, não é mais do que uma chaminé de fada, forma resultante de um processo de erosão diferencial, provocado pela acção erosiva das águas da escorrência e da chuva. Nesta zona montanhosa do Maciço Central, vivem nas escarpas rochosas as raras e belas armérias da Madeira, de flores rosadas numerosas e reunidas em capítulos, as antilídeas, as orquídeas das rochas, de inflorescência em espiga de flores rosado-purpúreas, espécies endémicas e exclusivas do 4º andar fitoclimático.
Atravessando em túnel, recentemente escavado nas rochas do pico das Torres, passamos da vertente sul para a do norte da ilha. Aqui estamos na cabeceira da Ribeira Seca do Faial. Ainda antes da subida para o Pico Ruivo, à nossa esquerda, encontramos grutas escavadas nos tufos vulcânicos, material mais brando e pouco resistente, que serviam de resguardo ao gado em dias de mau tempo. Sob um tecto de centenárias urzes molares arqueadas pela força persistente dos ventos fortes de norte e de nordeste, tentilhões e bis-bis surpreendem-nos a todo o momento com o seu cantar. Ao fim de meia hora, chegamos à casa de abrigo do Pico Ruivo, construída em 1939 e recentemente ampliada e melhorada. A subida ao ponto mais alto é obrigatória, em especial, para quem ainda não desfrutou da sensação de ter aos seus pés uma ilha banhada por um mar de nuvens, apesar do possível impacto causado pela construção de um palco de madeira. Do cimo do pico, nos dias de céu limpo, é possível avistar o Pico das Torres, a Boca das Torrinhas, o Pico Grande, o Paul da Serra, as ribeiras da Metade e dos Socorridos e o vale encaixado da ribeira de S. Jorge. A Nordeste fica o Porto Santo, flutuando como uma nuvem no horizonte.
De regresso, na descida, seguimos para leste pelo trilho pavimentado. Neste trajecto observamos algumas nascentes que brotam pelas fissuras deixadas pelos materiais vulcânicos de características diferentes. Em dias de frio muito intenso é frequente a formação de geadas. Podemos também encontrar espécies endémicas próprias destas altitudes entre as quais a Violeta da Madeira (Viola paradoxa) alcandorada nas rochas.
Ao fim de 3 km chegamos à Achada do Teixeira, área aplanada situada aos 1600m de altitude, em Santana, no topo do interflúvio entre as bacias hidrográficas da ribeira Seca do Faial e da ribeira de S. Jorge. Nesta achada podemos contemplar o “Homem em Pé”, assim chamado, pela sua parecença a um humano, mas que não é mais do que uma coluna basáltica que, pela sua dureza, resistiu ao longo dos tempos à força erosiva das águas de escorrência.
Clube de Ecologia Barbusano

domingo, 15 de março de 2009

Deslumbrante


São Jorge - Boaventura


Saída de Campo - 21 de Março


Estão abertas as inscrições para a próxima saída de campo - 21 de Março.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

XVII Concurso de Fotografia.
Agricultura Madeirense. Que Desafios?

Regulamento
1º - O Clube de Ecologia Barbusano organiza um Concurso de Fotografia subordinado ao tema “Agricultura Madeirense. Que Desafios?”.
2º - O concurso está aberto a todos os fotógrafos amadores ou profissionais.
3º - Características dos trabalhos: Fotografia a cores e/ou preto e branco, formato mínimo 20cm x 25cm.
4º - Cada concorrente poderá apresentar um máximo de três trabalhos.
5º - As fotografias não poderão conter quaisquer elementos de identificação e deverão ser entregues em envelope fechado com identificação e contacto do concorrente.
6º - Os trabalhos deverão ser entregues na sede do Clube de Ecologia Barbusano, ou na recepção da ESFF, até às 17h do dia 15 de Abril (4ª feira) de 2009.
7º - Os trabalhos serão classificados por um júri de três elementos: um representante do Clube Barbusano e representantes do Núcleo de Fotografia e do Núcleo de Artes Plásticas da ESFF, não havendo acumulação de prémios para os três primeiros classificados.
8º - Com os trabalhos admitidos a concurso será montada uma exposição a inaugurar no dia 21 de Abril (3ª feira) de 2009, pelas 14:30 horas, na Galeria Francisco Franco que estará patente ao público até 29 de Abril. Após a inauguração da exposição, decorrerá a entrega de prémios e uma conferência alusiva ao teme do concurso.
9º - O Clube de Ecologia Barbusano ficará na posse dos trabalhos e reserva-se o direito de os publicar em acções de Educação Ambiental.
10º - A participação nesta iniciativa implica a aceitação do presente regulamento, cujos casos omissos serão resolvidos pontualmente pelo júri.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Mapa da Saída de Campo de 22 de Novembro 2008

Choupana - Vale Paraiso - Achada - Salgados - Levada Assomada.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Saída de Campo / Visita de Estudo
17 de Janeiro de 2009

Prazeres — Fajã da Ovelha - Vereda dos Zimbreiros - Paul do Mar

O percurso a pé, inicia-se na levada “Nova da Calheta”, acima da Igreja matriz dos Prazeres, templo dedicado a Nossa Senhora das Neves. Com origem na central hidroeléctrica da Calheta a 14 km a leste, a levada estende-se, aos 600 metros de altitude, por quarenta quilómetros para ocidente, até ao sítio do Cabo, na Ribeira da Vaca, na fronteira com a freguesia das Achadas da Cruz.
Ao percorrermos a levada para ocidente, contornamos as cabeceiras dos vales da Ribeiras Seca ou do Paul e da Ribeira da Cova. Ao fim de 5 km chegamos à Raposeira do Lugarinho, passando por terras da Fajã da Ovelha
A norte da levada predomina uma floresta exótica dominada por eucaliptos e pinheiros. Restos da floresta primitiva, constituída por vinháticos, tis e loureiros, repartem os recantos mais húmidos e mais frescos das vertentes e do fundo dos vales.
Pequenas parcelas agrícolas são ocupadas por árvores de fruta, cenouras, batatas, feijão, centeio e trigo, que aqui encontram as condições de solo e clima favoráveis ao seu desenvolvimento. Processos tradicionais caracterizam a agricultura. O estrume, ainda hoje, é utilizado como fertilizante. Em terrenos de pousio ou em campos já abandonados, pastam as vacas, dando a este espaço uma singularidade.
A qualquer momento, o céu é cortado pelos voos característicos do francelho e da manta, subespécies endémicas da Madeira.
Mas, hoje, o nosso percurso tem um objectivo especial, viver as festas de Santo Amaro que se comemoram neste dia e em particular na freguesia do Paul do Mar. No miradouro da Lombada dos Marinheiros a vista sobre o vale e o mar é deslumbrante. Aqui vamos nos encontrar com um grupo de caminheiros que em romaria organizada pela Associação Desportiva e Cultural da Ponta do Pargo vêm desde o sítio do Lombo. Em conjunto, faremos o resto da caminhada até à igreja do Paul do Mar pela levada e descendo por uma das mais antigas veredas e a mais ocidental que liga o Paul do Mar à Fajã da Ovelha. A vereda dos zimbreiros serpenteia a vertente da margem direita da Ribeira das Galinhas, por entre malfuradas, tabaibeiras, piteiras e outras espécies xerófilas. Os zimbreiros, espécie da família dos Cupressos, e que serviram de toponímia a este local são hoje praticamente inexistentes. Aos nossos pés, numa estreita faixa entre o mar e a velha arriba estende-se por cerca de 2km a povoação do Paul do Mar, assim chamada por ser frequente antes da construção da muralha as terras ficarem alagadas quando visitadas por ondas alterosas de oeste ou sudoeste. No passado a maioria da sua população dedicava-se à pesca.
Entramos no Paul, pelos sítios da Ribeira das Galinhas, do Serrado da Cruz e da Lagoa com habitações que deixam transparecer um nível socio-económico mais favorecido, para depois, atravessarmos o bairro piscatório construído durante a II Guerra Mundial chamado de Espanha.
Na igreja, templo construído recentemente e de aspecto muito modesto celebra-se a festa do padroeiro – Santo Amaro. O santo, conhecido como protector dos “aleijados”e afamado pelas inúmeras curas. Já cansados do passeio resta-nos pedir a este santo milagreiro força para participarmos no arraial e varrermos os armários que ainda tenham alguns restos de Natal.