terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ribeiro Frio–Portela (29 de Janeiro de 2010)

Do Ribeiro Frio à Portela

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Iniciamos o percurso pedonal, logo abaixo do Posto Florestal do Ribeiro Frio, aos 860 metros de altitude, na esplanada da Levada da Serra do Faial, situada na vertente Este do vale do Ribeiro Frio, em direcção à Portela. Construída no século XIX, as suas águas começaram a correr em Setembro de 1905, numa extensão de 50Km, aproximadamente, regando os campos agrícolas do Porto da Cruz, Santo da Serra, Camacha e Caniço, para terminar na Choupana e alimentar o Funchal. A partir de 1966, com o funcionamento da Levada dos Tornos, a da Serra do Faial enceta o seu fim. Hoje, apenas leva água às terras do Porto da Cruz e ao armazenamento na Lagoa do Santo da Serra, para posterior distribuição ao campo de golfe.

Desde o início do percurso temos a possibilidade de percorrer e contemplar a densa floresta natural da ilha – a Laurissilva. São inúmeras as espécies: as de maior porte, como o til, o vinhático e o loureiro; de porte médio, como o folhado, a uveira da serra e o azevinho; as arbustivas e subarbustivas onde se destacam o isoplexis, o piorno, a giesta, o massaroco e as estreleiras até as herbáceas e rasteiras como a orquídea da serra, ranúnculos, os musgos e os líquenes.

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Neste ambiente deslumbrante atravessamos o Cabeço do Pessegueiro, passamos sobre a ponte do Ribeiro do Poço do Bezerro e chegamos ao Cabeço Furado. Ao percorremos, agora, a cabeceira da Ribeira Tem-tem Não Caias, sobranceira à vila do Porto da Cruz numa esplanada mais estreita, e somos surpreendidos pela belíssima paisagem, contemplada das janelas abertas na floresta e na rocha dos túneis.

Junto à Casa da Divisória de Águas abandonamos a levada e descemos pela vereda da Portela, passando pelo Posto Florestal dos Lamaceiros. Logo abaixo, avistamos mais de perto a imponente Penha de Águia que separa as terras do Faial das do Porto da Cruz e que não é mais do que um enorme relevo residual de basalto que resistiu, ao longo dos tempos, às forças erosivas das águas de escorrência.

No Porto da Cruz, o povoamento disperso e ordenado, estende-se pelos topos arredondados dos interflúvios, procurando posições soalheiras e mais afastadas das águas torrenciais, enquanto os campos agrícolas se inclinam nas vertentes de vale, em direcção ao leito das ribeiras.

Ao chegarmos à descida para a Referta, continuamos, na vereda que agora se apresenta ladeada por áceres e hortênsias, em direcção ao miradouro da Portela.

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Próxima Saída: 19 de Fevereiro – Central da Calheta – Pomar de D. João.